sábado, 19 de setembro de 2015
AS RENDEIRAS
AS RENDEIRAS
OS ENCANTOS DAS MARIAS
POR FIOS DE ALGODÃO
TEM ORIGEM NA SEMENTE
SE ESTENDE NA PLANTAÇÃO
A INSPIRAÇÃO È MÁGICA
NASCE EM FORMA DE CANÇÃO
SE EXPRESSA EM POESIA
NO MOVIMENTO DAS MÃOS
NA DANÇA DOS DEDINHOS
TROCA BILROS BATE BILROS
COMO ARTE DAS ARANHAS
FAZ UM TRANÇADO DE FIOS
DO JOGO DAS ALFINETES
NO DESENHO DE UM PAPEL
SURGE RENDA NA ALMOFADA
COMO UM FAVO DE MEL
Josinete Pereira de Lima
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
poesia máscaras
MÁSCARAS
Máscaras moldadas
de ferro, de fibra
de ouro ou de prata
de argila, de gesso
de papel e sucata
talhadas, improvisadas ,
Sem pintura ou pintadas
Nos diversos estilos
de bruxa, de fada
de herói de monstro
de anjo de alma,
de bicho ou de flor
de tédio, de humor
de caretas e sorrisos
de gritos de horror
Máscaras invisíveis
que se renovam
no íntimo do SER
Mascarados mascaradas
num leque de rosto
enfrentando batalhas
Máscaras concretas
impensadas ou não
por vezes necessárias
Máscaras e suas verdades
Construção de valores
formação de identidade
No palco da vida
pra diversas plateias
Somos todos atores
Josinete Pereira de Lima
sexta-feira, 24 de julho de 2015
Jacquespalut |
EM BUSCA DO HORIZONTE
Josinete Pereira de Lima
Um dia frio casas fechadas ruas desertas , céu cinzento ,ela fecha a cortina da janela e sai pisando firme com seu tamanco , toda agasalhada.procurando espaço para falar dos sonhos ,dos medos e contar vitória de mais um dia. O espelho na sala , mostra o poder do tempo e a mesma pergunta se coloca ;Para onde vou? Por alguns instantes reflete;o relógio no seu trabalho incansável não lhe dá atenção, a noite competindo com o dia ,a história sempre ajustado ao tempo,,as sementes a ocuparem os espaços e ela ,ilha sem barco,sem ponte sem horizonte
Marina Colatti pega sua viola empoeirada , toca uma música e sonha em cenas cortadas;ora menina, sentada em um balanço entre as árvores , na algazarra de outras crianças envolvidas com os empurrões do balanço e a leveza do vento.Ora uma jovem feliz caminhando lentamente em espaços festivos de olho nos moços bonitos, alguns engraçados com jeito amigo. São tantos momentos que povoam seu mundo, que a viola fica esquecida , largada na cadeira . Em busca do passado cada vez mais distante, seu corpo não pode voar , mas a imaginação ,essa ,permite tudo, e lá se vai a percorrer vários reinos em busca do dono do mundo.Nos espaços verdejantes do Nilo, em busca de uma estrela no deserto, no lombo de um camelo que se encantam entre as dunas e no aconchego de uma cabana iluminada se reporta aos contos de mil e uma noites. Coroada como rainha dos sonhos , Marina Colatti vai em busca do horizonte , ganha a leveza de um pássaro a velocidade da luz, rompe o céu cinzento deixa o tamanco ,o relógio, a viola e sua história .
arte em arte
TEXTO: Josinete Pereira de Lima
quinta-feira, 16 de julho de 2015
poesias
GIRA TEMPO
Será que o tempo gira
Será que o vento tem roda
Será que a terra tem pé
Será que vida tem volta
No mundo das incertezas
Encontrei um leque de dor
Ultrapassei a cerca
Plantei no vale uma flor.
Abracei o meu destino
Sagui os passos do andor
Aos pés do morro chorei
Subi com a força do amor.
Josinete P. Lima
domingo, 12 de julho de 2015
Castelos
Dos sonhos nascem as possibilidades que viabilizam a criatividade,a ação se expressa em beleza que ultrapassa gerações, registram histórias , compõem a paisagem e encantam o homem.
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Não sei como criei asas, mas estou a caminhar pela floresta sentindo o vento gelado no rosto, com a esperança que os raios de Sol me acompanhem nessa caminhada. Pássaros que me seguem em coro, enaltecem a beleza do seu habitat. As árvores imponentes se curvam com o vento, formam um túnel que me leva ao mundo mágico da inquietude dos sonhos. Num tapete que se apresenta em grande dimensão, flores se expressam em poesia. Deslumbrada com a paisagem abro os braços, percorro amplitude do espaço e movido pela força da liberdade, num bailado me integro a esse mundo.
As torres se apresentam com toda imponência e me seduzem , num despertar da leveza da alma, amplio o olhar de encantamento, envolvida de silêncio, sussurro: -Castelo!
Castelos, realidade tão sonhada em diferentes formas. Tantas portas e janelas compondo o cenário, coroada de mistério. Me rendo a tamanha beleza e passo a passo vou avançando com a autonomia de uma realeza, em direção a entrada principal . Soam toques de uma bela música, num convite ao recinto e em um passe de mágica me encontro no salão principal diante de tantas obras de artes.Vou abrindo portas ,descobrindo salas, jardins ,numa enorme sala se encontra uma mesa posta com louças e cristais a espera de um banquete.Nos lustres pequenas peças de cristais tilintam , a música ressoa nas paredes alimentando a minha curiosidade e preocupação com reação das pessoas que ali habitam ao se depararem com a minha presença . as escadarias lada a lado convergem para o rol de entrada ,com os corrimãos dourados destacam a preciosidade arquitetônica. Hesito em subir mas a música vem do alto e subo pela escadaria da direita. Lá vou eu degraus por degraus,.corredores , terraço com vista interna,por um instante paro pra observar algum movimento de pessoas que trabalham no castelo. Mas já final de tarde a temperatura mais baixa,não vejo nada, e penso na justificativa : é natural, que as pessoas não saíam do recinto e se aquecem no seu conforto.
No alto algumas janelas batem forte ,cortinas se movimentam com o vento, mas a música supera qualquer barulho. Ao me aproximar do ambiente musical, um salão no final de um corredor, me preparo para falar da minha curiosidade para as pessoas que lá estejam . A música soa mais forte e alcanço a porta bem larga e tamanha é a surpresa: Vejo sobre o tapete um piano de calda, o pianista um senhor aparentando 80 anos, com cabelos nos ombros, de barba, bem agasalhado usando um cachecol ,sentado num banco cujos pés são talhados com cabeça de serpentes. Enquanto dedilha as teclas do instrumento, movimenta a cabeça de acordo com a música.
Não se via platéia nem parceiros instrumentistas, apenas esculturas em mármore nos cantos da sala ,na parede a parte inferior revestida de madeira escura e a parte superior , pintada com motivos florais em tons vermelho, verde escuro ,preto e dourado, nela se destacam quadros que retratam personagens de uma família.
Me aproximo do piano e questiono:- Onde estão as outras pessoas desse castelo?O senhor virando a página da partitura afirma que as pessoas estão presentes em cada recanto de sala nas obras de artes, nos jardins e na história.- Mas não vejo ninguém, porque está sozinho? Muito simples as pessoas não fazem parte do seu sonho, eu não estou sozinho para isso ,mantenho a mesa sempre posta as portas abertas e toco um instrumento para a celebrar a vida .Afinal sou o sonho.
JOSINETE P. LIMA
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