sexta-feira, 24 de julho de 2015






Casa — Fotografia de Stock #62421657
Jacquespalut


                                                       
EM  BUSCA  DO   HORIZONTE
Josinete Pereira de  Lima


             Um dia frio casas fechadas ruas desertas , céu cinzento ,ela  fecha a cortina  da janela  e sai pisando firme com seu  tamanco  , toda agasalhada.procurando espaço para falar dos sonhos ,dos medos e contar vitória de mais um dia. O espelho na sala , mostra o poder do tempo e a mesma  pergunta se coloca ;Para onde vou? Por alguns instantes reflete;o relógio  no seu trabalho incansável não lhe   dá atenção, a noite competindo com o dia ,a história sempre  ajustado ao tempo,,as sementes  a ocuparem os espaços e ela ,ilha sem barco,sem ponte sem horizonte
               Marina  Colatti  pega sua viola empoeirada , toca uma música e sonha em cenas cortadas;ora menina, sentada em um balanço entre  as árvores , na algazarra de outras crianças envolvidas com os empurrões do balanço e  a leveza do  vento.Ora uma jovem feliz caminhando lentamente em espaços festivos de olho  nos moços bonitos, alguns engraçados com jeito  amigo. São tantos  momentos que povoam  seu mundo, que a  viola  fica esquecida , largada na cadeira . Em busca do passado cada vez mais distante, seu corpo não pode voar ,  mas a imaginação ,essa ,permite tudo, e lá se vai a  percorrer vários reinos em busca do dono do mundo.Nos espaços verdejantes do Nilo, em busca de uma estrela no deserto, no lombo de um camelo  que se encantam entre as dunas e  no aconchego  de uma cabana iluminada se reporta aos contos de mil e uma noites.  Coroada como   rainha dos sonhos ,  Marina Colatti vai em busca do horizonte , ganha a leveza de um pássaro  a velocidade da luz, rompe o céu cinzento deixa o tamanco ,o relógio, a viola e sua história .


                         arte em arte                        
                                                                                                        TEXTO: Josinete  Pereira de Lima




                                                       

quinta-feira, 16 de julho de 2015

poesias

   
GIRA TEMPO


Será que o tempo gira
Será que o vento tem roda
Será que a terra tem pé
Será que vida tem volta

No mundo das incertezas
Encontrei um leque de dor
Ultrapassei a  cerca
Plantei no vale uma flor.

Abracei o meu destino
Sagui os passos do andor
Aos pés do morro chorei
Subi com a força do amor.


Josinete P. Lima

domingo, 12 de julho de 2015

Castelos





 Dos sonhos nascem as possibilidades que viabilizam a criatividade,a ação se expressa em beleza que  ultrapassa gerações, registram histórias , compõem a paisagem e encantam  o  homem.
                                                                                                                                                                   

         Não sei como  criei asas, mas  estou a caminhar pela floresta sentindo o vento gelado no rosto, com a esperança que os raios de Sol  me acompanhem  nessa caminhada.  Pássaros que me seguem  em coro, enaltecem a beleza do  seu habitat. As árvores imponentes  se curvam com  o vento, formam um túnel  que me leva ao mundo mágico da inquietude dos sonhos. Num tapete que se apresenta  em grande dimensão, flores se expressam em poesia. Deslumbrada com a paisagem abro os braços, percorro  amplitude  do espaço  e  movido pela força da liberdade, num bailado  me integro a esse mundo.
      As torres se apresentam com toda imponência  e me seduzem , num despertar da leveza da alma,  amplio o olhar de encantamento,  envolvida de silêncio,  sussurro: -Castelo!
      Castelos, realidade tão sonhada em   diferentes formas.  Tantas portas e janelas compondo o cenário, coroada de mistério. Me  rendo a tamanha beleza e  passo a passo vou avançando com a autonomia  de uma realeza, em direção a entrada principal . Soam  toques de uma bela música, num convite ao  recinto  e em um passe de mágica me encontro no salão principal  diante de tantas  obras de artes.Vou  abrindo portas ,descobrindo salas, jardins ,numa enorme sala se encontra uma  mesa posta com louças e cristais a espera de um banquete.Nos lustres pequenas peças de cristais  tilintam , a música ressoa nas paredes alimentando a minha curiosidade e preocupação com reação das pessoas que ali habitam ao se depararem com a minha presença . as escadarias lada a lado  convergem para o rol de entrada ,com os corrimãos dourados destacam a preciosidade arquitetônica. Hesito em subir mas a música vem do alto e subo pela escadaria da direita. Lá  vou eu degraus por degraus,.corredores , terraço com vista interna,por um instante paro pra observar algum movimento de pessoas  que trabalham no castelo. Mas já final de tarde a temperatura mais baixa,não vejo nada, e penso na justificativa : é natural,  que as pessoas  não saíam do recinto  e se aquecem no seu conforto.
     No alto algumas  janelas  batem forte ,cortinas se movimentam com o vento, mas a música supera  qualquer barulho. Ao me aproximar  do ambiente musical, um salão no final de um corredor, me preparo para falar da   minha curiosidade para as pessoas que lá estejam . A música soa mais forte e alcanço a porta bem larga e tamanha é a surpresa:  Vejo sobre o tapete um piano de calda, o pianista um senhor aparentando 80 anos, com cabelos nos ombros, de barba, bem agasalhado usando um cachecol ,sentado num banco cujos  pés são talhados com cabeça de serpentes. Enquanto dedilha as teclas do instrumento, movimenta a cabeça  de  acordo com a  música.
      Não se via platéia nem parceiros instrumentistas, apenas esculturas em mármore nos cantos da sala ,na parede a parte inferior  revestida de madeira escura e  a parte superior , pintada com motivos florais em tons vermelho, verde escuro ,preto e  dourado,  nela  se destacam quadros que retratam personagens de uma família.
      Me aproximo  do piano e questiono:- Onde estão as outras pessoas desse castelo?O senhor virando a página da partitura afirma que as pessoas estão presentes  em cada recanto de sala nas obras de artes, nos jardins  e na história.- Mas não vejo ninguém, porque está sozinho? Muito simples as pessoas não fazem parte do seu sonho, eu não estou sozinho para isso ,mantenho a mesa sempre posta   as portas abertas e toco um instrumento para a celebrar a vida .Afinal sou o sonho.

                                                                                                                              JOSINETE P. LIMA